O Ateliê

A arte da confeiteira Roberta Pereira, de 42 anos, proprietária do Ateliê Dibetha bolos e doces, faz parte do imaginário e dos sonhos das pessoas. As criações de Betha, como sua mãe a chamava, que agregam sabores, cores e aromas sedutores ao paladar, arrebatam àqueles que têm o prazer de adentrar ao seu mundo. Afinal, são receitas muitas vezes autorais ou de cocriações que tomam formas, revelam texturas e transformam os ingredientes em apresentações únicas.

Este impacto é resultado de aproximadamente 20 anos de experiência, construídos desde a infância, quando Roberta gostava de ficar na cozinha pensando no que o espaço podia lhe proporcionar. A curiosidade pelos pratos e, em especial, pelas delícias que levavam açúcar nas fórmulas fizeram Betha abdicar de suas primeiras escolhas profissionais de ser médica ou policial.

Dona de uma empresa especializada em doces finos, bolos, bem casados, macarons, entre outros, Roberta decidiu apostar todas as suas fichas na confeitaria deixando um emprego em uma multinacional, há exatos 18 anos, quando se viu mãe e quis dar mais atenção ao seu filho e fazer o que realmente gostava. Se tornando uma empreendedora, Roberta viu a possibilidade de oferecer memórias afetivas e saborosas através dos doces, feitos até então em sua casa. Entretanto, como todo começo, não foi fácil, tendo apenas um forno e uma batedeira, mas consigo carregava o mais importante, a vontade de vencer na nova carreira.

Com isso, notou que precisaria estudar para se especializar. Então, em 2002, fez seu primeiro curso, com Serafina Checco, a qual ela considera ser uma das mestras mais inspiradoras e competentes do mundo da gastronomia. “Daí em diante não parei mais e parti para as especializações, com Marcella Sanchez, Rafael Barros e grandes nomes da nossa confeitaria brasileira. Como consequência do aprendizado fui além, participando de cursos na Argentina, EUA, França e Inglaterra (berço da confeitaria artística). Como o aprimoramento é constante, recentemente fiz um curso de drageados, uma técnica muito complexa e cheia de técnicas”, explicou a confeiteira.

Para Roberta, ela notou que havia realizado o seu sonho como profissional quando, em 2013, estava em frente à obra de arte “Monalisa”, no Museu Louvre, e teve a consciência de que seu trabalho, dedicação e esforço a tinham levado ao país no qual está a mais famosa confeitaria do mundo.

Oito anos depois de ter alcançado o auge da carreira e de ter conseguido manter a excelência em sua atuação, Betha fez questão de lembrar das muitas pessoas importantes que fizeram parte de sua trajetória. “Inclusive, uma delas merece um destaque especial. Trata-se da minha sogra ‘Zefinha’, amiga e ajudante em todas as horas de desespero e de muito trabalho”, agradeceu.

Esse amor reflete, ainda, em tudo o que de melhor o Ateliê Dibetha pode oferecer aos seus clientes, gerando memórias afetivas, como vislumbrado desde o seu início, atreladas às suas próprias lembranças e às de quem saboreia uma fatia de bolo ou um bombom. Por isso, cada doce está repleto de muita história e carinho. “Nesse sentido, tenho uma frase que repito sempre: não faria nada que meus filhos não comeriam”, exemplificou.

Não é à toa que, durante anos de empenho, o Ateliê Dibetha conquistou tantos parceiros e amigos. “Por essas pessoas, que também amam o que fazem, tenho um imenso apreço, pois nos ajudam a construir um algo a mais todos os dias”, elogiou Roberta. Conforme a empresária, a vontade de sempre mostrar algo novo serve de combustível para a elaboração de projetos. “Prezamos por uma confeitaria dinâmica, conectada às tendências mundiais e estamos sempre nos especializando para surpreender cada vez mais”, concluiu Betha.